Hoje em dia é comum entre as mulheres investir em sua carreira profissional e protelar a maternidade. Fui na contramão.
Sou professora e amo minha profissão. Desde sempre quis ser professora, tinha em mente terminar o ginásio, fazer magistério no CEFAM e cursar Pedagogia. Pois foi exatamente assim que as coisas aconteceram.
Logo entrei na Prefeitura de São Paulo e aí sim aprendi a profissão. Vivi intensamente meus anos em sala de aula, sempre crescendo, aprendendo, estudando e acreditando em um ensino público de qualidade.
Em 2007 fui convidada para trabalhar na Divisão de Orientação Técnica-Pedagógica (DOT-P) da
Diretoria Regional de Educação Jaçanã/ Tremembé com formação de professores. Passei a ver a educação de um outro ângulo, desde a Secretaria da Educação até a sala de aula. Trabalhar lá me abriu muitas portas, pois fui convidada para trabalhar em outras instituições que formam professores, assim passei a assumir um compromisso também com a Secretaria da Educação de Rio Branco, no Acre. Fui algumas vezes para lá, durante minhas férias na prefeitura de São Paulo, trabalhar com os professores de Rio Branco e de Sena Madureira. Foi uma experiência incrível!
Minha carreira estava decolando cada vez mais, no entanto o sonho de ser mãe sempre esteve latente em mim. E sempre quis ser mãe nova. Resolvi que era hora de me entregar à maternidade, assim eu ainda terei muito tempo para retomar minha carreira profissional. A primeira coisa de que abri mão foram as viagens ao Acre, tinha acabado de engravidar, descobri que eram trigêmeos e minha médica ponderou que seria um risco muito grande fazer uma viagem tão grande e até desgastante.
Saí de licença médica pela gravidez de alto risco e me comprometi com minha diretora e com minhas colegas de trabalho que assim que terminasse minha licença gestante retomaria o trabalho na DOT-P. Porém as coisas nem sempre são como planejamos.
Eu passo 24 horas por dia "grudada" nos bebês, cuido deles com o maior zelo e maior amor, e sofro de pretensão maternal, ou seja acho que ninguém cuidará deles melhor do que eu!
Esse meu pequeno "probleminha", aliado ao fato de que nossa nova funcionária (a Zenaide) só começou a trabalhar conosco hoje, dia em que eu deveria voltar ao trabalho, me fez tomar uma difícil, dolorida, porém sábia decisão após conversar muito com minha diretora, com meu marido, minha mãe, minha irmã e minhas grandes amigas: estou voltando para a sala de aula! Parar de trabalhar não (por um momento até desejei isso, mas não dá, preciso do meu trabalho para alimentar minha alma), mas reduzir a carga de trabalho. No DOT-P meu horário é das 08h00 às 17h00, acrescido 1 hora para ir e 1 hora para voltar, passaria o dia todo longe deles, em sala de aula trabalharei das 07h15 às 13h35. Perfeito! Terei menos dinheiro, mas terei mais tempo para cheirá-los, beijá-los, educá-los, vê-los crescer e se desenvolver com muito amor e perfeição!!!
O futuro a Deus pertence. E como disseram minhas amigas, trabalhar o dia todo, ascender profissionalmente eu poderei sempre, tê-los pequenininho é uma vez só na vida. Agora é o momento de curti-los!!!